Translate

terça-feira, 21 de agosto de 2012

O Tabu do Ensino Profissional


A crise que vivemos não tem apenas aspectos negativos , para desespero dos "donos do 25/4"!
Uma das questões que virá a beneficiar com esta crise será a " educação para a empregabilidade ", ou seja, a mudança de paradigmas na educação em Portugal.
A perspectiva abrilista , igualitária , era de que a todos ( e não só aos mais afortunados ) deveria ser facultado serem " doutores ". O importante seria criar condições a nivel das propinas , dos curriculos escolares , dos exames e dos professores para que ninguem ficasse " retido " no acesso ao ensino superior e que neste coubessem ( escolhendo o curso da sua preferencia, ainda que sem saída profissional ) todos os que estudassem um mínimo . Esta massificação do ensino ajudaria a manter o pleno emprego na classe profissional dos professores e, mais ainda, justificar o aparelho gigantesco do Ministério da Educação e dos sindicatos de professores .
É evidente que este modelo passa completamente ao lado das necessidades da economia pelo que muitos dos licenciados são hoje ( maus ) caixas de supermercado ou ( pessimos) atendedores de call centers .
Paradoxalmente , mesmo em período de crise e desemprego grave , as empresas procuram e não encontram serralheiros , electricistas , tecnicos informaticos , profissionais qualificados de hotelaria , pessoal agricola etc etc .
Tem , portanto , razão o actual ministro da Educação quando define publicamente o objectivo de que 50% dos que venham a sair do ensino secundario oficial tenham um curso profissional / tecnico quivalente ao 12º ano . Esta verdadeira " reforma estrutural ", junto com alguns ajustamentos no subsidio de desemprego ( para o tornar menos apelativo ), irão contribuir seguramente para a redução sustentada do desemprego e para a melhoria do " matching " entre a procura e oferta de emprego com benefício para os rendimentos dos trabalhadores e para a produtividade das empresas .

1 comentário:

  1. é de facto uma das muitas vantagens de uma crise, a primeira foi a consciencialização para os gastos supérfluos. mudam-se o verbos do "ter", para o "ser" e talvez assim as pessoas possam voltar a ser felizes.

    ResponderEliminar