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terça-feira, 18 de setembro de 2012

Despesa Pública (Minas e Armadilhas)

Estamos hoje a pagar muito caro em Portugal, o excesso de despesa pública.
Foi obra de Governos de diferentes quadrantes dirigidos por personalidades tão diversas como Cavaco, Guterres ou Socrates.
Ao contrario de outros quadrantes e países onde há consciencia que acréscimos de despesa hoje geram mais impostos amanhã , em Portugal,  pelo menos desde 1999, nenhum Governo considerou prioritário reduzir a despesa do Estado central e seus satélites (Autarquias , Regiões Autónomas, Empresas Públicas, Associações e Fundações de utilidade Pública, etc.)
O que aconteceu desde a entrada em vigor da moeda única, o Euro, em 1999, foi a aceleração da despesa pública (e privada) facilitada por crédito abundante e barato.
Até mesmo este Governo, por alguns considerado "anti- Estado", ainda não conseguiu, ao fim de ano e meio, resultados consistentes nesta matéria.
É um dos pontos mais negativos na sua avaliação.
Porque será então que isto acontece?
Porque será tão permanente e inata esta tendencia entre nós?
A criação de despesa é muito compreensível. As necessidades sociais são muitas, sobretudo num país que partiu de níveis de bem-estar deficitários, as exigencias das organizações de tipo sindical são imensas e (muito preocupante) existem grupos de interesses que "capturaram" o aparelho de Estado com o objectivo de o aproveitarem em benefício próprio e daí por diante. Muitas das infraestruturas rodoviarias, sociais etc. têm na sua base aquele "daí por diante"!
Por outro lado, a redução da despesa tem-se revelado extremamente difícil fora aqueles casos em que se cortam remunerações ou subsídios (paradoxalmente o mais facil de executar).
Esta situação faz-me lembrar um drama dos nossos dias. Nos atentados bombistas é muito simples e fácil colocar uma bomba pronta a explodir. Qualquer não especialista o pode fazer. Muito mais difícil, moroso e delicado é desmontar e desactivar esse engenho explosivo. Exige habilidade, experiencia e tempo .
É disso que precisamos em Portugal para reduzir a despesa e a dívida públicas: de gente hábil e experiente e, naturalmente, de tempo e paciencia... muita paciencia!

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