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quarta-feira, 19 de setembro de 2012

O que é Bom para a Autoeuropa é Bom para Portugal

Charles Wilson, presidente do gigante General Motors (GM) e que veio a ser Secretário (Ministro) da Defesa no Governo de Eisenhower, ficou reconhecido universalmente, ainda hoje,  por ter dito "what is good for GM is good for the USA".
Salvaguardadas as diferenças apetece-nos dizer: "O que é Bom para a Autoeuropa é Bom para Portugal .
Porquê?
Portugal tem necessidade absoluta de abraçar um novo "modelo" de organização económica que substitua o ainda vigente (embora moribundo) e que data do tempo da adesão à então CEE.
No novo modelo a economia deixa de estar dependente do investimento público patrocinado pelo Estado e subsidiado por fundos europeus, sociais e estratégicos, mais virados para a execução de estruturas.
 No novo modelo, a economia deixa de crescer com base, essencialmente, no mercado interno, alimentado pela procura do Estado em obras públicas e passa a ter como motor de crescimento as exportaçoes e o investimento privado nacional e estrangeiro relacionado com a exportação e a internacionalização .
Para a obsolescencia do modelo "antigo" contribuiu a generalizada crise das dívidas soberanas e consequentes medidas de restrição financeira a que os Países da União Europeia estão obrigados para recompor as suas finanças públicas .
Enquanto o Estado teve acesso quase ilimitado a recursos financeiros o que se viu , em Portugal, foi uma " orgia " de investimento público e em PPP , sobretudo em infreatruturas , que contribuiram para criar um sector enorme de construção e obras públicas que agora se encontra em profunda reestruturação, com uma grande redução de pessoal.
O melhor exemplo do que a economia Portuguesa precisa para crescer saudavelmente  está à vista de todos - a Autoeuropa.
Uma empresa de capitais totalmente privados onde, portanto, as decisões são tomadas por gestores profissionais e no interesse da empresa, sem qualquer interferencia política .
Uma empresa bem capitalizada e financiada com dimensão suficiente para criar à sua volta um "cluster" de fornecedores que são desafiados e crescem com ela.
Uma empresa em que a gestão de recursos humanos assume caracter prioritário, designadamente no que se refere à sua formação. A Academia que a Autoeuropa mantem, conjuntamente com a Bosch, é um exemplo de capacidade dos formadores e de empregabilidade dos formandos a 100%!
Uma empresa tecnológicamente evoluída e com uma capacidade elevada de criação de valor para os diversos interessados ( accionistas , pessoal, fornecedores e o próprio Estado).
Com este exemplo tão próximo e tão presente é estranho que sucessivos Governos não tenham tentado reproduzir a nível nacional as condições que foram proporcionadas á Autoeuropa, designadamente a nível fiscal, de licenciamento e, sobretudo, a nível das condições laborais. Neste particular, a Autoeuropa baseia as suas relações industriais  (laborais ) em normas negociadas directamente com os trabalhadores e respectiva Comissão, à margem dos muitos sindicatos com trabalhadores presentes na empresa. Estas normas anteciparam em Portugal a adopção do "banco de horas" (uma solução eficiente para organização do tempo de trabalho) e de outras inovações a que os sindicatos sempre se opuseram nas outras empresas e que só este ano foram consagradas em nova legislação laboral. 
Portugal precisa de "mais 3 Autoeuropas" para atingir um nível de exportação da ordem dos 50% do PIB , em vez dos pouco mais de 30% em que as exportações "patinam" há decadas . Em alternativa a novos projectos desta dimensão poderiam ser criadas condições semelhantes de funcionamento e enquadramento a novos investimentos empresariais. Estamos certos que com as melhores condições fiscais, laborais e de financiamento muitas empresas excelentes aparecerão - muitas "pequenas Autoeuropas".

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