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sábado, 8 de setembro de 2012

Tintura em Cima da Ferida (as Medidas do Governo para 2013)

Os dados divulgados ontem, dia 7 de Setembro,  pelo INE,  sobre a evolução da economia Portuguesa são preocupantes.
 O decrescimo homologo do PIB  face ao 2º trimestre de  2011 foi de 3,3% e a evolução registada no 2º trimestre deste ano face ao 1º trimestre prenuncia um decrescimo futuro ainda maior da riqueza nacional. Mais ainda,  o investimento teve um comportamento alarmante ao reduzir-se 18,7%! face ao trimestre homologo de 2011. Também as exportações (que vinham atenuando significativamente o ritmo da queda da riqueza nacional) tiveram um crescimento bastante inferior ao registado no 1º trimestre: 4,3% contra 7,9%.
O processo de ajustamento da economia portuguesa é compatível com uma redução do consumo interno, sobretudo de bens de consumo duradouro, que pesam muito no desequilibro das nossas contas com o exterior.  Já uma redução exagerada do investimento, para além do natural ajustamento do sector da construcção e obras públicas, deve preocupar todos nós. As consequencias sobre o desemprego são já evidentes e podem tornar-se dramáticas. Também as exportações serão afectadas se não forem efectuados necessarios e importantes investimentos em ampliação de capacidade produtiva.
Foi com receio de que esta situação pudesse vir a ocorrer que defendemos, ainda antes da Troika, uma "desvalorização fiscal/redução da TSU" que, infelizmente, não foi seguida pelo Governo Português apesar das recomendações, no mesmo sentido, da Troika, com destaque para o FMI .
É neste contexto que o Primeiro Ministro anunciou ontem, para 2013, uma medida equivalente a uma desvalorização fiscal embora suportada pelo aumento das contribuições dos trabalhadores para a Segurança Social (e não pelo aumento do IVA, como tinhamos proposto).
Consideramos a medida "tintura em cima da ferida", ou seja, de eficacia dolorosa, porventura mais dolorosa ainda por não ter sido tomada há um ano atrás. Fazemos votos para que possa ainda contribuir para evitar muitas falencias/desemprego e para ajudar as empresas a investir e a redimensionarem-se para poderem competir (sobretudo) nos sectores mais envolvidos na feroz competição internacional em Portugal e no estrangeiro.

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