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sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Avó Coragem (Roubo na Alvares Cabral)

Pouco passava do meio dia. Pouca gente na Avª Alvares Cabral, no centro de Lisboa.
Um assaltante ainda jovem encosta a lamina de uma navalha nas costas de uma senhora 40 anos mais velha do que ele .
"Passa para cá a tua carteira" !! cuspiu ele do alto da sua cobardia .
Como de costume, nem um polícia á vista. Nem alguem suficientemente perto a quem pedir ajuda , apesar da hora e do local .
A avó é uma senhora franzina, com pouca pratica de exercício e muito menos conhecimentos de auto-defesa.
O assaltante, perante a estupefacção da senhora, insistiu autoritário: "Abre o saco e passa para cá a carteira", marcando-lhe as costas com a navalha e farejando uma boa presa.
Podia ter sido o seu dia de sorte, já que a senhora tinha na carteira o valor da sua modesta pensão que tinha recebido poucas horas antes...
Mas não foi. Para azar do criminoso esta senhora não vê telejornais em que a polícia aconselha os cidadãos a renunciar à legítima auto-defesa. Polícia que, por determinação política superior, desarma os cidadãos tratando-os quase como criminosos e deixando-os mais vulneráveis ao crime.
Assaltos a residencias e na via pública sucedem-se em todo o país e a todas as horas num crescendo assustador que a manipulação da informação e das estatísticas não conseguem esconder.
Para azar do criminoso a senhora tirou a carteira do seu saco de mão, mas não foi para a entregar pacíficamente. A carteira (e o frasco que tinha dentro) acertaram em cheio na cara do assaltante, fazendo-o recuar, surpreendido por este gesto de valentia.
Apesar dos erros de quem manda e dos abusos dos marginais,  há uma parcela de dignidade e de coragem de que alguns não abdicam, como foi o caso dessa avó  que, por instinto, deu uma grande lição  aos seus netos e um exemplo de cidadania  a um País inteiro.

NOTA - episódio verdadeiro ocorrido ontem  (6/9/2012) em Lisboa!

3 comentários:

  1. Caro Jaime Lacerda, vivi 8 anos no Brasil, a maior parte do tempo em São Paulo e tive a sorte de praticar uma arte marcial muito completa que é o Kenpo Havaiano e, como o meu Sensei treinava a polícia militar, ainda tinha aulas práticas e teóricas de defesa pessoal citadina.
    Escrevi as palavras acima, para dizer que, mesmo com esta experiência, sempre somos ensinados a não resistir, mas é claro que sei que se necessário for, farei o mesmo que a "nossa" heroína e até um pouco mais! risos...
    E outra mensagem importante, é que a maior parte destes "bandidos", não têm coragem alguma e se algo corre diferente do que pensam, fogem logo.
    O grande risco é o que eles possam fazer sem pensar, por também eles estarem nervosos.
    Obrigado pela sua partilha e...
    Abraços saudáveis

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  2. A coragem da Avó é de salientar. Mas o cuidado citado pelo meu homónimo João Marques tambem deve ser considerado.
    O que é importante ter em conta é um eventual aumento de uma violência civil e citadina que parece estar a acontecer.

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